terça-feira, 16 de julho de 2013

NATAL TEM A 2ª MAIOR TAXA DE ENDIVIDAMENTO DO NE


Andrielle Mendes: repórter
 
A proporção de famílias endividadas em Natal caiu entre 2011 e 2012, mas ainda é a segunda maior do Nordeste: 73%. A capital potiguar está em melhor situação apenas que Maceió, onde a taxa de endividamento chega a 77%. Os dados fazem parte da terceira edição da Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras e foram divulgados ontem pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo.
O cenário, segundo  Guilherme Dietze, assessor técnico da Fecomércio/SP, pode continuar ruim em 2013. Os natalenses – e brasileiros – podem enfrentar mais dificuldades na hora de quitar os débitos esse ano, afirma. “A inflação está alta, principalmente a inflação de alimentos, o que reduz a renda da população. Além disso, a taxa de juros aumentou, encarecendo os financiamentos”, observa. Dietze afirma que ainda é cedo, porém, para dizer como a taxa de endividamento se comportará este ano.
Em 2012, ela caiu na capital potiguar e em mais outras 22 capitais, puxada sobretudo pela queda nas taxas de juros e no barateamento de crédito. Natal, no entanto, não conseguiu seguir o mesmo ritmo do país, e ficou entre as duas capitais que registraram o menor recuo da taxa de endividamento no Nordeste.  Segundo o assessor técnico, vários fatores podem explicar o desempenho abaixo do verificado em outras capitais, como o ritmo da geração de emprego, aumento de preços e desempenho da economia, na capital potiguar.
Essa não é a primeira vez que Natal fica entre as primeiras no ranking do endividamento na região. O natalense foi o que mais comprometeu a renda com pagamento de dívidas no país em 2011, segundo a segunda edição da Radiografia do Endividamento das Famílias das Capitais Brasileiras, divulgada no ano passado. A capital potiguar também tinha registrado na época alta na taxa de endividamento, no valor da dívida por famílias e no valor total da dívida das famílias. Em 2012, registrou queda em todos os indicadores. O valor total da dívida das famílias caiu, em Natal, de R$ 303,9 milhões para R$ 292,6 milhões, entre 2011 e 2012. Já o valor da dívida por família recuou, no período, de R$ 1.759 para R$ 1.736.

A inadimplência também esteve em alta no Rio Grande do Norte. No ano passado, ela subiu quase quatro vezes mais do que no país. A proporção de pessoas que entraram e não conseguiram sair do SPC, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal, mais do que dobrou no estado no último ano, segundo levantamento publicado no início de 2013.

Dietze destaca que o endividamento, se descontrolado, pode comprometer o orçamento da
família, e afetar a economia como um todo, reduzindo o consumo, e por consequência, a produção. “É preciso manter o endividamento ‘saudável’”, até para evitar a inadimplência, que é quando o consumidor não quita os débitos dentro do prazo, afirma. Marcelo Queiroz, presidente da Fecomércio RN, destaca que o endividamento, por si só, não é negativo para a economia. “O que é danoso são as dívidas em atraso. Estas são ruins para as famílias e para o comércio”. E destaca que embora o percentual das famílias com dívidas em atraso seja alto, ele vem caindo constantemente em Natal.

Fonte: Tribuna do Norte

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