Andrielle Mendes: repórter
A proporção de famílias endividadas em Natal caiu entre 2011 e 2012, mas ainda é a segunda maior do Nordeste: 73%. A capital potiguar está em melhor situação apenas que Maceió, onde a taxa de endividamento chega a 77%. Os dados fazem parte da terceira edição da Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras e foram divulgados ontem pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo.
O cenário, segundo Guilherme
Dietze, assessor técnico da Fecomércio/SP, pode continuar ruim em 2013. Os
natalenses – e brasileiros – podem enfrentar mais dificuldades na hora de
quitar os débitos esse ano, afirma. “A inflação está alta, principalmente a
inflação de alimentos, o que reduz a renda da população. Além disso, a taxa de
juros aumentou, encarecendo os financiamentos”, observa. Dietze afirma que
ainda é cedo, porém, para dizer como a taxa de endividamento se comportará este
ano.
Em 2012, ela caiu na capital potiguar e em mais outras 22 capitais,
puxada sobretudo pela queda nas taxas de juros e no barateamento de crédito.
Natal, no entanto, não conseguiu seguir o mesmo ritmo do país, e ficou entre as
duas capitais que registraram o menor recuo da taxa de endividamento no
Nordeste. Segundo o assessor técnico,
vários fatores podem explicar o desempenho abaixo do verificado em outras
capitais, como o ritmo da geração de emprego, aumento de preços e desempenho da
economia, na capital potiguar.
Essa não é a primeira vez que Natal fica entre as primeiras no ranking
do endividamento na região. O natalense foi o que mais comprometeu a renda com
pagamento de dívidas no país em 2011, segundo a segunda edição da Radiografia
do Endividamento das Famílias das Capitais Brasileiras, divulgada no ano
passado. A capital potiguar também tinha registrado na época alta na taxa de
endividamento, no valor da dívida por famílias e no valor total da dívida das
famílias. Em 2012, registrou queda em todos os indicadores. O valor total da
dívida das famílias caiu, em Natal, de R$ 303,9 milhões para R$ 292,6 milhões,
entre 2011 e 2012. Já o valor da dívida por família recuou, no período, de R$
1.759 para R$ 1.736.
A inadimplência também esteve em alta no Rio Grande do Norte. No ano
passado, ela subiu quase quatro vezes mais do que no país. A proporção de
pessoas que entraram e não conseguiram sair do SPC, segundo a Câmara de
Dirigentes Lojistas de Natal, mais do que dobrou no estado no último ano,
segundo levantamento publicado no início de 2013.
Dietze destaca que o endividamento, se descontrolado, pode comprometer
o orçamento da
família, e afetar a economia como um todo, reduzindo o consumo,
e por consequência, a produção. “É preciso manter o endividamento ‘saudável’”,
até para evitar a inadimplência, que é quando o consumidor não quita os débitos
dentro do prazo, afirma. Marcelo Queiroz, presidente da Fecomércio RN, destaca
que o endividamento, por si só, não é negativo para a economia. “O que é danoso
são as dívidas em atraso. Estas são ruins para as famílias e para o comércio”.
E destaca que embora o percentual das famílias com dívidas em atraso seja alto,
ele vem caindo constantemente em Natal.
Fonte: Tribuna do Norte
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