Brasília – Nos próximos dias, o governo dos Estados Unidos deverá
prestar esclarecimentos ao Brasil sobre as denúncias de espionagem à
presidenta Dilma Rousseff, a assessores e cidadãos brasileiros. A
previsão, segundo Dilma, é que o ministro das Relações Exteriores, Luiz
Alberto Figueiredo Machado, converse até o dia 12 com a conselheira de
Segurança Nacional dos Estados Unidos, Susan Rice. A conversa entre os
dois pode ocorrer pessoalmente, Figueiredo estará em Nova York a partir
de amanhã (10) e deverá ficar até sexta-feita (13).
Na semana passada, em São Petersburgo (Rússia), durante a cúpula do
G20, Dilma e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, conversaram
sobre o mal-estar causado pelas denúncias de espionagem. Segundo ela,
Obama prometeu responder às perguntas encaminhadas pelo governo do
Brasil. De acordo com a presidenta, se for necessário, voltará a
conversar com Obama.
“O presidente Obama declarou para mim que assumia a responsabilidade direta e pessoal pelo integral esclarecimento dos fatos e que proporia, para exame do Brasil, medidas para sanar o problema”, disse a presidenta, em entrevista coletiva.
“O presidente Obama declarou para mim que assumia a responsabilidade direta e pessoal pelo integral esclarecimento dos fatos e que proporia, para exame do Brasil, medidas para sanar o problema”, disse a presidenta, em entrevista coletiva.
“O que pedi foi o seguinte: 'acho muito complicado ficar sabendo
dessas coisas pelo jornal. Eu quero saber: tem ou não tem? Além do que
foi publicado pela imprensa, eu quero saber tudo o que há em relação ao
Brasil. Tudo, tudinho, em inglês: 'Everything'”.
Na conversa, Dilma disse a Obama que vai propor à Organização das
Nações Unidas (ONU) e a entidades internacionais iniciativas na
tentativa de impedir a espionagem e violação de direitos individuais e
humanos. Há mais de um mês, o governo brasileiro pediu explicações aos
Estados Unidos sobre as denúncias, desencadeadas pelas informações de
Edward Snowden, que trabalha para uma prestadora de serviços da Agência
Nacional de Segurança (NSA).
Nas duas últimas semanas, os pedidos de informações aos Estados
Unidos foram reforçados pelos ministros da Justiça, José Eduardo
Cardozo, e Figueiredo. Em meio à expectativa pelas informações, a
presidenta deixou em aberto a possibilidade de viajar, em 23 de outubro,
para Washington, nos Estados Unidos, com honras de chefes de Estado.
“Se não houver condições políticas, obviamente não se vai. Eu não
pretendo transformar a quarta-feira [12] no 'Dia D'. Eu pretendo
transformar a quarta-feira [12] em um dia de avaliação. Não esperem que
quarta-feira seja um 'Dia D'”, disse Dilma.
Fonte: Agência Brasil
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