sexta-feira, 30 de agosto de 2013

HOSPITAL QUE USOU RESPIRADOR MANUAL NO APAGÃO TERÁ GERADOR, DIZ PREFEITURA



Apagão provocou congestionamento em várias ruas de Natal (Foto: Luciana Campos) 

Dois pacientes foram atendidos no improviso durante apagão desta quarta. Caso ocorreu no Hospital dos Pescadores, no bairro das Rocas, zona Leste.

 O Hospital dos Pescadores deve ter o gerador liberado para funcionamento nesta sexta-feira (30) em Natal. Com o equipamento sem funcionar, a unidade hospitalar atendeu um paciente com respirador manual durante o apagão que atingiu o Rio Grande do Norte e outros estados do Nordeste nesta quarta-feira (28) (veja o vídeo ao lado).

O setor técnico da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que aparelho está passando pelos últimos testes antes de ser liberado para uso. O gerador quebrado deixou dois pacientes do Hospital dos Pescadores dependendo da bateria dos respiradores. Quando a carga dos equipamentos terminou, os profissionais precisaram utilizar o respirador manual nos dois pacientes, que estavam em estado grave.

O apagão atingiu 1,237 milhão de consumidores no Rio Grande do Norte, segundo informou a Companhia Energética do Rio Grande do Norte (Cosern), responsável pelo abastecimento de energia elétrica no estado. Ainda de acordo com a empresa, o número representa 100% dos clientes potiguares. Todos os municípios foram afetados.

Do total, 1,059 milhão de clientes são residenciais. Eles representam 85% dos consumidores do Estado. O comércio e a indústria, também afetados pelo apagão, representam 7% dos clientes da empresa, sendo 84.858 estabelecimentos. Os demais tipos de clientes se dividem entre consumidores rurais, poder público e outros.

A interrupção no fornecimento de energia elétrica foi registrada às 15h02 nos estados do Nordeste. O motivo, de acordo com a companhia, "foi um problema no sistema interligado nacional, de responsabilidade do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)".

Na noite desta quarta o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, explicou que a causa do apagão no Nordeste foi uma queimada na fazenda Santa Clara, na cidade de Canto do Buriti, no Piauí.

O ministro informou que as causas da queimada - se foi natural ou provocada por ação humana - ainda estão sendo investigadas. Segundo o ministro, a preocupação inicial foi restabelecer o sistema.

Fonte: G1


PROFESSORES DA REDE ESTADUAL DE ENSINO SUSPENDEM GREVE NO RN

Sala de aula vazia (Foto: Reprodução/TVCA) 

Governo apresentou documento que cumpre parte das reivindicações.
Professores parados desde o dia 12 de agosto voltam ao trabalho segunda.

Os professores da rede estadual de ensino do Rio Grande do Norte suspenderam a greve nesta quinta-feira (29). A informação foi confirmada pela presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte/RN), Fátima Cardoso. A categoria estava em greve desde o dia 12 de agosto. Apesar do anúncio do retorno dos professores grevistas, as aulas que ficaram suspensas só serão retomadas na segunda-feira (2).

A presidente do Sinte/RN informou que recebeu um documento no qual o governo se compromete a cumprir parte das reivindicações da categoria. A volta ao trabalho foi aprovada em assembleia com a apresentação das propostas do Executivo Estadual. A Secretaria Estadual de Educação explica que vai continuar a adaptação da jornada de trabalho dos professores à Lei Federal Nº 11.738, mais conhecida como Lei do Piso.

 A lei federal determina que um terço da jornada semanal dos professores deve ser dedicada ao planejamento de atividades. Das 30 horas semanais, 10 serão para planejamento e 20 cumpridas em sala de aula.

Para os professores que cumprem 24 horas em sala de aula e seis em atividades de planejamento, como rege uma lei estadual, o complemento deve vir em horas extras. O governo se prontificou ainda a pagar as horas extras referentes às atividades de planejamento desde abril. O Executivo afirma no documento que vai pagar as horas extras em seis parcelas.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação, outras reivindicações atendidas foram alterações no Plano de Cargos, Carreiras e Salários.

Fonte: G1

 

RN VAI RECEBER MÉDICOS DE SEIS PAÍSES, CONFIRMA SECRETARIA DE SAÚDE

Profissionais são da Argentina, Cuba, Espanha, Portugal, Rússia e Itália.
Número é relativo à primeira etapa do programa Mais Médicos.

Médicos estrangeiros têm aula sobre o SUS (Foto: Lorena Aquino/G1)Médicos estrangeiros têm aula sobre o SUS
(Foto: Lorena Aquino/G1)

O Rio Grande do Norte receberá médicos de seis países estrangeiros na primeira etapa do programa Mais Médicos, do governo federal. A Secretaria Estadual de Saúde (Sesap) confirmou nesta quinta-feira (28) a vinda de 18 profissionais da Espanha, Argentina, Rússia, Cuba, Portugal e Itália. Além dos médicos estrangeiros, 25 profissionais brasileiros, com formação no Brasil e exterior, atenderão nas cidades potiguares.
 
A maioria dos estrangeiros é da Espanha. São oito profissionais de nacionalidade espanhola. O segundo país com mais profissionais é a Argentina, com cinco. Na sequência estão a Rússia, com dois médicos, além de Cuba, Itália e Portugal, cada um com um profissional. Os estrangeiros vão para três cidades da Grande Natal e duas do interior. São elas Natal, Ceará-Mirim, Macaíba, São Miguel do Gostoso e Touros.
 Com os profissionais brasileiros, a quantidade de cidades atendidas aumenta. Entram na lista os municípios de Alexandria, Bom Jesus, Caraúbas, Extremoz, Ielmo Marinho, Lagoa de Pedras,  Monte Alegre, Olho d'Agua do Borges, Porto do Mangue, Riacho da Cruz, Serra Caiada, São Tomé, São Miguel e Riacho de Santana, totalizando 19 cidades potiguares.

Nesta sexta-feira (30), secretários municipais de saúde e coordenadores da Atenção Básica dos municípios beneficiados realizarão uma reunião na Sesap para sistematizar o acolhimento dos profissionais brasileiros e estrangeiros escolhidos no programa. Os médicos devem chegar ao estado a partir de segunda-feira (2).

Durante a reunião, os técnicos da Comissão Estadual do Programa de Valorização dos Profissionais na Atenção Básica (Provab) vão discutir com os representantes dos municípios como será a acolhida, atuação e monitoramento dos médicos. A Comissão no RN é composta por técnicos da Sesap, Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Rio Grande do Norte (Conasems), além da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN).

Para a coordenadora do Provab e técnica da Sesap, Uiacy Alencar, o Mais Médicos atenderá uma carência do país. “Não temos médicos suficientes, principalmente para atuar na atenção básica. A distribuição dos profissionais ainda é muito desigual. No RN há 1,23 médicos por mil habitantes, proporção menor que a média nacional", explica.

A Sesap acrescenta que o programa terá duração de até três anos, podendo ser prorrogado por igual período. Os médicos receberão uma bolsa de R$ 10 mil do governo federal. Haverá também ajuda de custo para acomodação nas cidades, que ficarão responsáveis por moradia e alimentação.

Fonte: G1














NOVO SALÁRIO MÍNIMO NÃO PREJUDICARÁ A CRIAÇÃO DE EMPREGOS, DIZ MINISTRO DO TRABALHO

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Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, disse hoje (29) que o aumento do salário mínimo não prejudicará a geração de empregos e o esforço fiscal do governo previsto para 2014. O novo mínimo, previsto no Orçamento (R$ 722,90), deverá entrar em vigor em 1º de janeiro de 2014.
“Não vai impactar [o esforço fiscal]. O governo tem o controle das contas, tem superávit para administrar, também, a questão do dólar. O governo tem o controle de todos os setores para não incorrermos em qualquer perigo de insucesso”, disse em entrevista antes de evento no Centro de Integração Empresa-Escola, na capital paulista.
A meta de superávit primário (economia para pagar os juros da dívida pública) no próximo ano poderá ficar acima de 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB), estipulados na proposta de Orçamento Geral da União de 2014. Segundo o Ministério da Fazenda, o percentual anunciado pelo governo representa o limite mínimo de esforço fiscal. O projeto enviado hoje ao Congresso Nacional estabelece esforço fiscal de R$ 109,4 bilhões (2,1% do PIB), menor que a meta de R$ 111 bilhões (2,3% do PIB) definida para este ano.
De acordo com o ministro do Trabalho, o novo salário mínimo não afetará negativamente a geração de empregos, porque o país está recebendo grandes investimentos. “Não vai ter [impacto na geração de empregos] porque os investimentos que o Brasil está tendo são enormes. Cada dia mais nós temos os estádios para a Copa, agora estamos fazendo os aeroportos, fazendo a obras de mobilidade urbana. Estamos leiloando os portos, temos várias construções da Petrobras. Há uma circulação muito grande de investimentos e esse investimento exige mão de obra”, disse Dias.
O novo valor do salário mínimo deverá ser R$ 722,90. A proposta de Orçamento, apresentada hoje, deve ser votada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado até o fim do ano. O reajuste passa a valer em 1º de janeiro de 2014. O valor atual do mínimo é R$ 678.

Fonte: Agência Brasil

ATUALIZADA - ECONOMIA BRASILEIRA CRESCE 1,5% NO SEGUNDO TRIMESTRE, APONTA IBGE

http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/foto/0,,13945041,00.jpg 

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A economia brasileira cresceu 1,5% no segundo trimestre deste ano, em relação ao trimestre anterior. O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, totalizou R$ 1,2 trilhão no período de abril a junho, segundo dados divulgados hoje (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No primeiro trimestre, o PIB havia crescido 0,6% em relação ao trimestre anterior. Pelo lado da produção, o principal destaque foi a agropecuária, que teve alta de 3,9% no trimestre em relação ao trimestre anterior. Também registraram crescimento os setores da indústria (2%) e serviços (0,8%)
Pelo lado da demanda, houve crescimento na formação bruta de capital fixo - que representa os investimentos, de 3,6%, no consumo do governo (0,5%) e no consumo das famílias (0,3%). As exportações tiveram alta de 6,9%, enquanto as importações subiram apenas 0,6% no período.
Na comparação com o segundo trimestre de 2012, o PIB teve crescimento de 3,3%. A economia também cresceu 2,6% no acumulado do ano e 1,9% no acumulado de 12 meses.
Fonte: Agência Brasil

domingo, 4 de agosto de 2013

NÚMERO DE TURISTAS ESTRANGEIROS PODE TER QUEDA NA COPA E NAS OLIMPÍADAS,DIZEM ESPECIALISTAS

Wellton Máximo Repórter da Agência Brasil
Brasília - O sucesso turístico da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que atraiu 2 milhões de visitantes e injetou R$ 1,2 bilhão na economia do Rio de Janeiro, dificilmente deve se repetir nos dois próximos grandes eventos que ocorrerão no país, segundo especialistas ouvidos pela Agência Brasil. O número de visitantes estrangeiros nas principais cidades turísticas do país deve registrar queda, na Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas de 2016, em relação a anos normais. A retração é esperada porque os megaeventos esportivos atraem público específico. O visitante normal, defendem eles, desiste de viajar para evitar preços altos e escapar da movimentação.
“Os grandes eventos são marcados pela interação de dois efeitos opostos. Por um lado, atraem um tipo determinado de turista. Só que simultaneamente afastam o turista regular, que quer fugir da confusão, da alta generalizada de preços e da piora na qualidade dos serviços”, diz o vice-presidente de Assuntos Internacionais da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), Leonel Rossi.
Ele lembra que essa situação ocorreu nas Olimpíadas de Londres, no ano passado. De acordo com a prefeitura da capital britânica, 900 mil turistas passaram pela cidade durante os jogos, dos quais 300 mil estrangeiros e 600 mil britânicos. Considerando apenas os visitantes internacionais, a queda chega a 75% em relação a 2010, quando 1,2 milhão de turistas de outros países visitaram a cidade por mês.
O vice-presidente da Abav acredita que o cenário deve se repetir na Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas de 2016. Ele, no entanto, acredita que a queda no volume de turistas estrangeiros no país será menor e variará de 20% a 30% em relação a um ano normal. “A queda deve ser menor porque muitos turistas latino-americanos vão aproveitar a distância menor para visitar o Brasil durante esses eventos. Já temos informações de que haverá uma grande quantidade de mexicanos no Brasil durante a Copa”, ressalta.
Gerente financeiro do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), Flávio Borges também considera bastante provável a queda no total de visitantes estrangeiros no país durante a Copa e os Jogos Olímpicos. “Um evento de grande porte está longe de ser garantia de sucesso em número de viajantes. As experiências recentes mostram que isso ocorre principalmente nas cidades que costumam atrair grande quantidade de turistas, como Rio, e eventos de negócios, como São Paulo.”
Vinculado à Câmara Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o SPC Brasil divulgou recentemente uma pesquisa sobre a Copa das Confederações. Segundo o levantamento, 85% dos torcedores que foram aos estádios moravam no mesmo estado das partidas. Os entrevistados ficaram divididos em relação à possibilidade de o tipo de público mudar na Copa do Mundo, com redução de torcedores locais: 52% disseram que sim; 48%, não.
Apesar das dúvidas sobre a capacidade de atração de turistas, o gerente financeiro do SPC Brasil diz que uma eventual diminuição no número de visitantes estrangeiros não deve servir de desânimo para o comércio e o turismo. Para ele, os benefícios sobre a economia brasileira só deverão ser sentidos após os eventos, desde que o país consiga projetar positivamente a imagem no exterior.
“O número de turistas estrangeiros na África do Sul caiu na Copa do Mundo, mas subiu nos anos seguintes porque o país se beneficiou da divulgação e entrou na rota do turismo internacional. A Copa pode deixar esse legado para o Brasil, mas o país precisa conduzir bem o evento e os comerciantes e prestadores de serviços precisam se preparar”, aconselha.
Sobre a injeção de dinheiro proporcionada pela JMJ, Borges diz que o sucesso econômico do evento só ocorreu por causa do número elevado de turistas que chegaram ao Rio atraídos pelo carisma do papa Francisco. “Os peregrinos são um tipo diferenciado de turista, que fica hospedado em residências e gasta praticamente tudo em alimentação. Não tem como comparar a JMJ, que tem o apelo de um líder religioso, a eventos esportivos.”
Dados divulgados na quinta-feira (1º) pelo Ministério do Turismo mostram que a imagem da cidade do Rio de Janeiro melhorou para turistas brasileiros e estrangeiros depois da JMJ. O resultado é que a maioria dos visitantes de fora (92,1%) e turistas brasileiros (96,1%) pretende retornar à capital fluminense. No total, 3,1 mil brasileiros e 1.350 estrangeiros de 175 países contaram suas impressões sobre a infraestrutura turística da cidade do Rio.
“Os resultados da pesquisa mostram que o evento foi positivo. As avaliações apontam que o Rio de Janeiro foi aprovado como local para realização de megaeventos, especialmente na rua. Essas considerações também são muito importante para o desenho do futuro religioso do país”, explica o diretor do Departamento de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo, José Francisco Lopes.

Fonte: Agência Brasil

NÚMEROS DO PNUD COMPROVAM DIFERENÇAS DE DESENVOLVIMENTO ENTRE SUL,NORTE E NORDESTE


Marcelo Brandão Repórter da Agência Brasil
Brasília - A diferença de desenvolvimento entre os estados do Centro-Sul, Norte e Nordeste do Brasil ficou evidente com a divulgação do Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 2013, lançado esta semana pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O ranking estadual pode ser dividido em duas partes. As unidades federativas localizadas na metade de baixo do mapa ocupam as primeiras 11 posições. O primeiro representante do Norte do país é o Amapá, em 12º lugar. O Rio Grande do Norte, melhor estado nordestino, só aparece na 16ª posição.
O estado de Alagoas é o último colocado. O Maranhão aparece em 26º lugar e o Pará, em 25º. Apenas a capital Maceió tem o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) considerado alto entre as cidades do estado e, mesmo assim, aparece atrás de 1,2 mil municípios na lista. Os índices de renda dos 5.565 municípios avaliados mostram 14 cidades do Maranhão entre as 20 últimas colocadas. O IDHM é o resultado da análise de mais de 180 indicadores socioeconômicos dos censos do IBGE de 1991, 2000 e 2010.
O secretário de Desenvolvimento Social e Agricultura Familiar do Maranhão, Fernando Fialho, reconhece os desafios que o estado precisa enfrentar para melhorar os índices, mas prevê melhorias a partir de programas já em execução. “Temos muitos desafios pela frente. O Maranhão tem uma ocupação muito esparsa, e isso dificulta o acesso às políticas públicas. Isso está incluído no planejamento do governo, inclusive fazer a interligação por asfalto de todos os municípios”, explicou. Ele destacou que o estado tem trabalhado em projetos de interiorização da indústria, para levar desenvolvimento a todos os municípios de maneira igual.
Na análise do secretário, o Maranhão e os demais estados do Norte e Nordeste sofreram com uma espécie de “exclusão”, que priorizou o desenvolvimento das regiões Sul e Sudeste e promoveu o atraso mostrado no estudo. “O desenvolvimento econômico no Brasil começou excludente. O Nordeste sempre teve um coeficiente muito baixo de investimentos públicos transformadores. Mas, ao longo dos últimos anos, isso foi melhorando”. O secretário de Planejamento e do Desenvolvimento Econômico de Alagoas, Luiz Otávio Gomes, concorda com Fialho. Para ele, o déficit é histórico.
“Isso ocorre ao longo do tempo. No Sul e no Sudeste há mais desenvolvimento porque as políticas do país são mais concentradas nessas regiões. Onde estão as indústrias de grande porte e os maiores investimentos do nosso país? No Sul e sudeste”, destaca. Segundo ele, há a necessidade de uma política de desenvolvimento regional para o Nordeste brasileiro. Mas, apesar de Alagoas ocupar a última colocação no ranking, ele ressalta a melhora do índice, de baixo para médio. Segundo ele, mudanças devem ser vistas no estado nos próximos anos, com investimentos em saúde, educação, segurança e inclusão produtiva.
Para o professor de ciência política da Universidade Federal de Alagoas Ranulfo Paranhos, o quadro apresentado no estudo se deve a problemas históricos de gestão. “O indivíduo responsável pela política pública não está tomando a decisão correta. E não são só os governadores. Existem as assembleias legislativas e prefeitos, pessoas que devem propor soluções para os problemas de economia, educação, emprego e renda”. Segundo ele, esses problemas se relacionam, uma vez que não seria possível estimular o mercado de trabalho e propor melhores salário em localidades onde a escolaridade é muito baixa e não há qualificação profissional.
Paranhos ainda destaca diferenças entre as formas de fazer política no Sul e no Norte do país. Segundo ele, as características influenciam diretamente os números apresentados pelo Pnud. “Em geral, estados do Norte e Nordeste têm uma elite política que não circula, não abre espaço para inovação. Essas elites, normalmente familiares, se perpetuam muito mais que as do Sul e Sudeste e não têm uma oposição forte. E se essas elites não apresentaram solução para os problemas de suas regiões nos últimos cinco, dez anos; não vão fazê-lo nos próximos 20 anos.”
O doutor em história social e professor da Universidade Federal do Pará (Ufpa) Agenor Sarraf também vê prejuízos na cultura política da região. “Vai chegar ao poder, muitas vezes, uma pessoa que já está comprometida com seu grupo, com uma certa elite. E aí o governo não é para todos, é para poucos”. Ele critica a falta de diálogo dos gestores com as características específicas de determinadas regiões do país.
“No município de Melgaço, por exemplo, 78% dos 24 mil habitantes estão em um grande espaço rural, não moram [de forma] concentrada. Se não houver uma oportunidade de melhoria de vida, essas famílias não sairão dessas localidades. Esse modelo de política pública nacional é europeu, urbanocêntrico e não leva em conta a diversidade, a especificidade cultural”, acrescentou.

Fonte: Agência Brasil