A igrejinha recebeu ainda uma nova imagem de São Jerônimo e um cartaz
de boas vindas ao papa com o símbolo da Jornada Mundial da Juventude,
que começa no dia 23 e, além do pontífice, deve levar ao Rio cerca de 2
milhões de fiéis. A outra capela da favela, não santificada, acabou
ignorada.
"O papa vai trazer uma marca de fé, de esperança. Agora, legado mesmo
não vai ficar quase nada fora um que outro buraco tapado", diz Costa,
referindo-se à rua, que, apesar do calçamento recauchutado, alagou no
domingo (14), quando a cidade enfrentou uma pancada forte de chuva. Na
época da primeira visita da reportagem, asfalto e esgoto eram as
prioridades apontadas pelo marceneiro.
O campo de futebol, escolhido para acolher a missa campal do
papa e onde é possível vislumbrar ao longe o Cristo Redentor, e o rio
que separa a comunidade da favela vizinha Mandela de Pedra também não
tiveram muita atenção. Segundo os moradores, mexeram apenas na
iluminação do campinho e melhoraram a ponte, que agora conta com um
corrimão azul royal.
"Queria que tivessem feito uma coisa mais bonita, ajeitado esse lugar
melhor, mas não foram muito além da entrada", reclama Francisca Estevão
da Costa, 86. Ainda assim, ela é pura ansiedade. "Estou contando os
minutos pra chegada do papa", diz, frente à sala toda decorada com
imagens de santos.
Apesar de ter recebido uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) em
janeiro, o clima em Varginha é tenso – até pouco tempo atrás, a região
era conhecida como faixa de Gaza por causa da violência. Enquanto a
reportagem visitava a comunidade, um motocilista parou e alertou que era
melhor evitar fotografias. Além disso, diversos moradores evitaram
entrevistas.
Na segunda-feira (15), a favela recebeu ainda a visita da Polícia
Federal, que trabalha no reconhecimento do espaço que, assim como os
outros lugares que devem receber o papa, teve o policiamento reforçado.
Um dos policiais militares que faziam a ronda na comunidade
falava ao telefone e fazia graça ao constatar o temor dos agentes. "Eles
estão morrendo de medo de caminhar por aqui", confidenciou ao
interlocutor no outro lado da linha. Ao UOL, no entanto, disse que não havia nenhum problema.
Para um morador que preferiu não se identificar, a situação é simples.
"Está pacificada, mas não está. É tudo muito recente, as pessoas seguem
com medo." A escolha de Varginha, localizada em uma das áreas mais
pobres da cidade, foi orientação do próprio papa Francisco, que
determinou a inclusão de encontros com a parcela excluída da população
em sua passagem pelo Rio.
Leia mais em: http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/brasil/2013/07/17/favela-que-vai-receber-papa.htmFonte: BOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário