“As maternidades de Natal estão funcionando com a capacidade máxima”. A
afirmativa é do secretário adjunto da secretaria Municipal de Saúde (SMS), Ion
de Andrade, que culpa a demanda oriunda do interior do Estado pela lotação nas
três maternidades que estão sob a responsabilidade da Prefeitura do Natal.
Somente neste ano, as maternidades das Quintas, Felipe Camarão e Leide Morais
realizaram 1.146 partos. Cerca de 30% destes, foram em mulheres vindos de
outros municípios potiguares.
A situação do atendimento materno-infantil na capital do Estado já foi
alvo de ações judiciais. O Ministério Público Estadual (MPE) ingressou, ainda
no ano passado, com uma ação que resultou numa decisão judicial obrigando o
Município de Natal a melhorar o atendimento nas maternidades e oferecer o
serviço de cesárias que, por determinado tempo, ficou suspenso. Ion de Andrade
explica que a decisão foi cumprida pela atual administração, mas ressalta que
ainda há problemas a serem solucionados. “O que gera essa crise que estamos
presenciando é a quantidade de mulheres que dão à luz, em partos normais, em
Natal”, disse.
O atendimento materno-infantil foi tema de uma reunião realizada na
última segunda-feira na sede da secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap).
Ion de Andrade participou do encontrou que contou com a participação de membros
do MPE e do titular da Sesap, Luiz Roberto Fonseca. A secretaria de Estado da
Saúde Pública (Sesap) anunciou, durante reunião realizada ontem, uma série de
medidas que visam a melhoria do atendimento na rede materno-infantil do Rio
Grande do Norte. Entre os participantes, havia o consenso de que é preciso
resolver a questão que envolve a vinda de pacientes do interior para a capital
do Estado.
Diariamente, dezenas de ambulâncias chegam às portas das maternidades
de Natal com pacientes das mais diversas regiões potiguares. São parturientes
como a dona de casa Severina Oliveira, 33 anos, de Nova Cruz, município distante
93 quilômetros da capital.
Antes de ser atendida e dar à luz ao seu bebê, Severina percorreu
quatro hospitais. No sábado passado, ela foi à Tibau do Sul. No dia seguinte,
foi encaminhada para a Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), em Natal. Na MEJC,
foi detectado que o caso não era de risco e, portanto, foi encaminhada para a
Maternidade das Quintas. Lá, ela ficou um dia e, na última segunda-feira, foi
levada, às pressas pelo Samu, para a Maternidade das Quintas.
Devido à peregrinação, Severina acabou contraindo uma infecção e, por
causa disso, terá que ficar hospitalizada por mais alguns dias. A Maternidade
das Quintas está lotada. Lá, são 30 leitos ao todo. A unidade realiza partos
normais e cesárias. “É muito difícil ter algum leito desocupado. Estamos sempre
lotados e muitos pacientes são do interior mesmo”, disse a diretora da
maternidade, Aloma Tereza.
Fonte: Tribuna do Norte
Nenhum comentário:
Postar um comentário