Paulo Victor Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília
- A presidenta da República, Dilma Roussseff, reforçou hoje (6) a
importância da vinda de médicos estrangeiros ao Brasil. Durante pronunciamento
em cadeia nacional de rádio e TV, Dilma disse que trazer médicos de
outros países para atender em locais onde há carências na saúde é uma
medida “a favor da saúde”. “A vinda de médicos estrangeiros, que estão
ocupando apenas as vagas que não interessam e não são preenchidas por
brasileiros, não é uma decisão contra os médicos nacionais”, defendeu.
A presidenta declarou que o país tem feito investimentos na
estrutura da saúde e que pretende liberar mais recursos para hospitais e
equipamentos. “A falta de médicos é a queixa mais forte da população
pobre. Muita morte pode ser evitada, muita dor, diminuída, e muita fila
reduzida nos hospitais apenas com a presença atenta e dedicada de um
médico em um posto de saúde”, disse.
De acordo com Dilma, o “Pacto da Saúde vai produzir resultados
rápidos e efetivos”. A presidenta frisou que o Programa Mais Médicos
“está se tornando realidade” e disse que os brasileiros vão sentir, a
cada dia, “os benefícios e entender melhor o grande significado deste
programa”. A presidenta disse que o Brasil “ainda tem uma grande dívida
com a saúde pública e essa dívida tem que ser resgatada o mais rápido
possível”.
Além de defender o crescimento da economia brasileira, o
pronunciamento também relembrou os cinco pactos nacionais anunciados por
Dilma anteriormente. “Estamos aprofundando os cinco pactos para
acelerar melhorias na saúde, na educação e no transporte e para
aperfeiçoar a nossa política e a nossa economia”, explicou. Os pactos
para melhorias no transporte público, na estabilidade fiscal e na
educação foram lembrados pela presidenta. Sobre a reforma política, a
presidenta celebrou a “proposta de decreto legislativo para o
plebiscito”.
Quanto à educação, reforçou a importância da destinação de 75% dos royalties
do petróleo e de 50% do Fundo Social. “Esse será um dos maiores legados
do nosso governo às gerações presentes e futuras e vai trazer
benefícios permanentes à população brasileira por um período mínimo de
50 anos”.
O discurso, veiculado na véspera de 7 de Setembro, começou às 20h30
de hoje (6) e durou cerca de dez minutos. No mês de junho, em meio às
manifestações populares que levaram milhares de brasileiros às ruas de
centenas de cidades, a presidenta fez um pronunciamento em que prometia
“trazer de imediato milhares de médicos do exterior para ampliar o
atendimento do SUS”. Aprimorar a saúde pública foi um dos pontos do
pacto firmado por Dilma em prol da melhoria dos serviços públicos, uma
das principais reivindicações dos protestos. Três semanas depois, o
governo lançava, por meio de medida provisória, o Mais Médicos.
A Medida Provisória (MP) 621, que cria o Programa Mais Médicos, é
debatida pelos deputados. Na última quarta-feira (4), foi instalada a
comissão geral na Câmara dos Deputados para apreciar o tema. Na sessão
de instalação, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lembrou que os
médicos estão mal distribuídos no território nacional, faltam
especialistas e há poucas vagas nas escolas de medicina. “O jovem que
entra na faculdade de medicina hoje é filho da realidade urbana que
estudou em escola particular. Ou trazemos ao jovem do interior, ao jovem
indígena, a oportunidade de ser médico ou não vamos resolver o
problema”, disse.
A prática de celebrar o Dia da Independência com um pronunciamento à
nação é comum entre os presidentes brasileiros. No ano passado, Dilma
anunciou a redução dos preços da energia elétrica para residências e
indústrias.
Fonte: Agência Brasil
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