O ministro da Defesa, Jaques
Wagner, classificou de pacificadora a decisão da presidenta Dilma Rousseff de
chamar o vice-presidente Michel Temer para o centro da articulação política. “O
sistema eleitoral brasileiro não é bipartidário, é plural, e ninguém entra em
uma coalizão se não puder compartilhar o ônus e o bônus – o ônus da crítica,
quando algo dá errado, e o bônus do exercício do poder em momentos melhores”,
disse ele ao participar, na manhã de hoje (14), da abertura da 10ª edição da
LAAD Defence & Security 2015, maior feira dos setores de Defesa e Segurança
da América Latina, no Rio Centro, zona oeste da capital fluminense.
Para Wagner, o PT não assume
papel secundário no comando do país com o aumento do protagonismo do PMDB na
articulação política. “Quem está indo para a rua protestar contra o governo,
protesta contra o partido dos trabalhadores, pois o identifica como o condutor
de uma coalizão de forças que não passa apenas pelo PMDB. Portanto, acho que
temos o protagonismo”, argumentou ele. “Mas temos que compartilhar este
protagonismo com vários partidos que estão conosco na coalizão. Acho que o
poder tem que ser compartilhado, a Câmara tem seu papel, o Senado tem seu
papel”, completou.
O ministro também comentou as
manifestações que ocorreram domingo (12) contra o governo. “O movimento tem uma
bandeira única, que é o impeachment, e acho que não é uma bandeira que consiga
motivar [correntes] diferentes, como foi nos movimentos pelas Diretas Já e do
Passe Livre”, afirmou Wagner. O pedido de intervenção militar que alguns
defendem nas manifestações, segundo ele, tem influência praticamente nula no “seio
dos comandos” das Forças Armadas, além de afrontar a Constituição e a
democracia.
“Quero registrar minha tristeza,
porque eles [movimentos a favor da intervenção militar] não são contra o
governo, mas contra a institucionalidade como um todo, pelo fechamento do
Congresso, fechamento do Judiciário e aniquilação do Executivo. O poder deve
ser conquistado pelo voto popular, e perdido pelo voto popular também”, disse o
ministro.
Agência Brasil
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